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A competição pela conquista da mais rápida travessia do Atlântico começou em meados do século 19. O detentor do recorde era premiado com um título honorário simbólico, chamado Blue Ribbon, uma fita azul concedida ao navio mais veloz. No início do século 20, essa competição se transformou em uma disputa ainda mais acirrada entre as maiores empresas de navegação da Inglaterra, Estados Unidos e Alemanha. A Cunard Line detinha o recorde há muito tempo, com os famosos navios Lusitania e Mauretania, os mais rápidos do mundo por 22 anos.
No entanto, em 1907, a British White Star Line, que pertencia à famosa American International Mercantile Marine Company, decidiu construir três navios que fariam empalidecer todos os outros.
As dimensões dos navios da nova classe “Olympic” eram quase idênticas: eram diferentes apenas no peso e nos equipamentos. A natureza grandiosa do plano refletia-se nos nomes dos futuros leviatãs do oceano. O primeiro navio, lançado em 1911, foi batizado como Olympic. Meses mais tarde, a construção do Titanic foi concluída. O nome original do terceiro membro seria Gigantic, mas foi finalmente lançado em 1914 sob o modesto nome de Britannic.
A White Star Line queria que esses navios fossem o máximo da experiência luxuosa. Para consegui-lo, a empresa estava preparada para abrir mão do Blue Ribbon, já que nunca o obteria a uma velocidade de cruzeiro de 21 nós.
A quilha do Titanic foi instalada em março de 1909, nas docas de Harland & Wolff, em Belfast, na Irlanda, 15 semanas depois de seu navio irmão, o Olympic. Como nenhuma empresa do mundo tinha capacidade suficiente para construir um navio daquele tamanho, vários estaleiros tiveram que se unir para abrigar o Titanic. Só o casco desse gigante do oceano ocupava o espaço de três navios convencionais.
O Titanic tinha 269,04 metros de comprimento e media 28,19 metros em seu ponto mais largo. A altura da quilha ao topo das quatro chaminés media 56 metros. Essas dimensões equivalem a um prédio de 11 andares.
Comparado ao motor de 70.000 hp do Mauretania, o de 50.000 hp do Titanic era consideravelmente menos potente.
Mas a potência máxima, nesse caso, poderia representar menos conforto: altas velocidades exigiriam menos peso e uma resistência mínima à água. Como o Titanic pretendia ser uma cidade flutuante, esse tipo de estrutura era impossível. O navio foi projetado com um enorme “ventre”, um gigante do oceano que deslocava imensas quantidades de água.
O sistema de propulsão consistia em uma combinação poderosa: um motor a vapor de quatro cilindros com expansão alternada tripla e uma turbina Parsons de baixa pressão, a mais avançada tecnologia marítima da época. O imenso motor era alimentado por 20 caldeiras e 159 fornalhas.
O Titanic exigia entre 620 e 640 toneladas de carvão por dia no mar. A fumaça era expelida através de enormes chaminés, apesar da quarta chaminé do Titanic ser uma imitação.
Os padrões técnicos do navio eram excelentes. O Titanic inteiro era feito de aço; os estais, mastros e o casco eram extremamente resistentes. Além disso, havia portas corrediças duplas em todo o navio, e a ligação entre o motor e as salas das caldeiras eram feitas por portas impermeáveis, que poderiam ser fechadas da ponte de comando por potentes eletroímãs. O luxuoso navio também tinha 20 botes salva-vidas, que foram considerados suficientes pelos parâmetros britânicos de segurança da época.
Alexander Carlisle, um dos diretores do estaleiro Harland & Wolff disse à Comissão Britânica de Naufrágios: "Nós construímos o navio para fazê-lo flutuar. Não o construímos para colidir com um iceberg ou um penhasco. Infelizmente, foi exatamente o que aconteceu.
Um castelo flutuante | |
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O majestoso RMS Titanic foi o navio mais luxuoso de seu tempo. As suítes da primeira classe do Deck B, decoradas com mobiliário antigo, era as mais belas de todas. Também havia poltronas de veludo e restaurantes elegantes, para todos os gostos. A sala de ginástica tinha equipamentos ultra-modernos, como um cavalo elétrico que fazia sucesso entre entre os passageiros.
Uma tripulação de 897 pessoas trabalhava no Titanic. Havia cerca de 500 garçons, cozinheiros e artistas para entreter os clientes; a sala das máquinas contava com 320 pessoas, e o deck tinha 65 atendentes. O tamanho da tripulação aumentava a sensação de segurança dos passageiros.
A decoração do interior do navio ultrapassava as exigências mais elevadas. Havia salas de estar luxuosamente desenhadas e elegantes cabines privativas, muitas decoradas com móveis antigos. Entre as mais bonitas estavam duas suítes de primeira classe revestidas em madeira no deck B, que tinham até seu próprio tombadilho. Uma das suítes de 15 metros era mobiliada ao estilo holandês. Sem dúvida, a Grande Escadaria - e havia um modelo quase idêntico no navio “irmão” do Titanic, o Olympic, era particularmente impressionante. Havia elevadores entre os andares na primeira e na segunda classe, e um ginásio com modernos equipamentos de ginástica, como bicicletas ergométricas, máquinas de remo, um “cavalo elétrico” e até um “camelo elétrico”.
Havia banhos turcos, uma piscina e até uma quadra de squash bem acima da quilha. Além das luxuosas salas de jantar, havia um restaurante à la carte. O Café Parisien funcionava como ponto de encontro para os passageiros mais jovens. A decoração dos bistrôs era mais casual, com móveis em vime. Havia hera de verdade crescendo pelas paredes da varanda do café.
A segunda classe era menos espaçosa. Mas assim como as salas de jantar, havia uma sala de estar, uma sala para fumantes e uma biblioteca. Na metade traseira ficava o deck ao ar livre. Já a área reservada aos passageiros da terceira classe tinha apenas uma sala de estar e uma sala para fumantes. A sala de jantar estava localizada no ponto mais baixo do navio, e as áreas ao ar livre eram confinadas a pequenos espaços na proa e na popa do navio.
Ainda assim, segundo testemunhas, as cabines da terceira classe eram mais luxuosas do que as de primeira classe dos outros transatlânticos
| A viagem inaugural do Titanic | |
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Depois de dois anos de construção, a empresa Harland & Wolff, de Belfast, lançou oficialmente o Titanic no dia 31 de maio de 1911. O navio completou com êxito o primeiro teste de navegação em 31 de março de 1912, atracando no porto de Southampton em 4 de abril de 1912.
Dali, ele navegaria em direção a Nova York, em 10 de abril do mesmo ano. Havia 2208 pessoas a bordo, entre passageiros e tripulação. A lotação da primeira classe estava em 46%, a segunda classe em 40% e a terceira, em 70%. Os passageiros que queriam viajar para Nova York haviam sido diligentemente “pilhados” de outros navios com o mesmo destino, e assim o Titanic partiu com 55% da capacidade total de passageiros.
Logo depois do meio-dia, o navio foi arrastado ao longo de seu píer em Southampton e levado ao mar. Assim que a viagem começou, houve um pequeno contratempo. Quando o Titanic passou pelos navios ancorados New York e Oceanic, a água deslocada empurrou as embarcações. O New York se desligou de seu ancoradouro e navegou à deriva em direção ao Titanic. A colisão não aconteceu por um triz, devido à feliz intervenção de um rebocador.
Durante os dois dias seguintes, tudo correu como o planejado. Um mar calmo estendia-se à frente do Titanic quando ele atracou no porto de Cherbourg, na França, na primeira noite em que novos passageiros subiram a bordo. Assim que o correio foi carregado, pois o Titanic também era um “Navio do Correio Real”, a viagem continuou. O último porto na Europa foi o de Queenstown, na Irlanda. Aqui, o gigante ancorou às 12 horas no dia 11 de abril de 1912 e, novamente, mais passageiros embarcaram. A maioria era formada por imigrantes em busca de uma vida nova na América. Então, por volta das 13h30, com tempo calmo, o Titanic iniciou sua grande jornada através do oceano.
O navio deveria chegar a Nova York no máximo em quatro dias. Nesse meio tempo, uma grande variedade de bailes e jantares de gala seriam oferecidos para fazer da viagem uma experiência inesquecível.
Na segunda classe, o deck de passeio, a sala de fumantes e a biblioteca eram as principais áreas comuns. Os hóspedes eram, em sua maioria, acadêmicos e pequenos comerciantes. De acordo com o relato de testemunhas e do escritor Lawrence Beesley, os passageiros estavam cantando hinos na biblioteca no domingo à noite, pouco antes da tragédia se abater sobre o navio.
Os passageiros da primeira classe pertenciam à elite da sociedade anglo-americana. Haviam trazido criados e uma grande quantidade de bagagens. O homem mais rico a bordo era o John Jacob Astor. Bisneto de um negociante de peles, ele havia sido abençoado com uma fortuna considerável, e uma esposa bela e jovem, que estava grávida. Membro da dinastia que enriqueceu com a mineração nos Estados Unidos, Benjamin Guggenheim também estava no navio, assim como o casal Isidor e Ida Straus, donos da famosa loja de departamentos Macy´s, de Nova York.
Juntamente com diversos magnatas do aço e diretores de bancos, ferrovias e companhias de seguros norte-americanos, a elite britânica também estava bem representada: o aristocrata Sir Cosmo e Lady Duff Gordon, uma renomada estilista, com butiques em Paris e Nova York, por exemplo. O famoso magnata das finanças, J.P. Morgan, teve que cancelar a viagem devido a uma doença, assim como o diretor do estaleiro onde o Titanic foi construído. O casal milionário, Sr. e Sra. George Vanderbuilt, decidiu não viajar no último minuto. Seus criados e sua bagagem já estavam a bordo, e afundaram com o Titanic.
Até o domingo do dia 14 de abril de 1912, a viagem transcorreu confortavelmente e sem contratempos. No entanto, no domingo à tarde, a temperatura caiu perceptivelmente, e as atividades ao ar livre tiveram que ser canceladas. Os ricos e famosos se reuniram por volta das 19h30 para um jantar de gala oferecido pelos Widdener, um casal milionário, em honra do capitão Edward John Smith. Smith era um homem experiente, que havia passado toda sua vida toda no mar. A viagem inaugural do Titanic deveria ser sua última viagem como capitão antes de se aposentar.
O Naufrágio do Titanic | |
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No dia 14 de abril de 1912, o Titanic recebeu mensagens pelo telégrafo durante todo o dia, alertando sobre icebergs flutuantes, especialmente na região 42° Norte e entre 49° e 51° Oeste. O primeiro aviso chegou às 9 horas. Depois disso, mensagens similares vieram de vários navios, mas apenas alguns deles chegaram à cabine de comando. Por volta das 21 horas, o Capitão Smith aconselhou-se brevemente com seu Segundo Oficial, Charles H. Lightoller, antes de se retirar para dormir em sua cabine. Ambos sabiam que em uma noite tão clara e sem lua, seria extremamente difícil visualizar os icebergs. Por que eles não mudaram o curso para a rota do sul, livre de icebergs, é um dos mistérios inexplicados que envolvem o Titanic. Pode-se apenas presumir que o navio deveria alcançar seu destino o mais rápido possível em sua viagem inaugural. E como não havia icebergs à vista até aquele momento, o luxuoso transatlântico manteve a velocidade.
Por volta das 21h40, mais alertas sobre icebergs foram recebidos, mas eles não foram transmitidos aos oficiais. Os operadores dos telégrafos passaram a noite enviando um grande número de telegramas particulares, que se acumularam durante o dia.
Na confusão geral do tráfego de mensagens particulares, os alertas sobre icebergs foram amplamente ignorados. Na verdade, o operador do telégrafo que recebeu o último aviso ficou extremamente irritado com a interrupção. Era evidente que os oficiais também não tinham experiência suficiente para lidar com icebergs, e se contentavam com a informação que chegava da torre de observação. No entanto, o vigia sequer tinha binóculos, eles haviam se perdido em Southampton.
Às 23h40, os dois vigias da torre assustaram os oficiais quando começaram a gritar a mensagem alarmante “Iceberg bem à frente!”.
O Primeiro Oficial Murdoch teve menos de um minuto para reagir. Ele decidiu parar o navio imediatamente e reverter os motores a todo vapor. Dessa forma, ele evitou uma colisão frontal, mas foi impossível parar completamente o navio, e a proa colidiu com o iceberg. Mais tarde, Murdoch, que não sobreviveu à tragédia, foi duramente criticado por sua decisão. De acordo com os analistas, a melhor escolha teria sido a colisão frontal com o iceberg. Apesar da proa ter sido danificada, o navio provavelmente não teria afundado.
Após a colisão, a primeira impressão da torre de comando é que eles haviam tido sorte na manobra. Os poucos passageiros que ainda estavam acordados praticamente nada notaram. Apenas poucas pessoas saíram para o deck para ver o que havia acontecido. Mas quando ouviram que o navio havia “apenas” arranhado um iceberg, eles voltaram para o conforto das cabines e salas de convivência.
Lá embaixo, nas entranhas do navio, os efeitos da colisão com o iceberg era mais visíveis. Os bombeiros e engenheiros ouviram o barulho do choque e viram a água jorrando. A ordem era selar imediatamente as escotilhas para cortar a corrente de ar para as fornalhas. Mas a sala de correspondência já estava inundada quando o Capitão Smith e um construtor naval investigaram a situação vinte minutos após a colisão. O casco do navio era divido em 15 compartimentos impermeáveis, se apenas quatro deles tivessem sido danificados, o navio teria conseguido flutuar, mas cinco deles haviam sofrido danos. Como estes logo ficariam cheios de água, inundando também os outros compartimentos, o Titanic estava destinado a afundar. O construtor naval calculou que restava no máximo uma hora para evacuar o navio. O Capitão Smith não perdeu tempo. Ele sabia que no mínimo 1000 pessoas teriam que permanecer a bordo, já que não havia botes salva-vidas suficientes para todos.
Por volta das 0h15, ele deu ordens para tirar a cobertura dos botes e enviou um SOS. Esse sinal acabara de ser introduzido nas embarcações da época, e o Titanic era um dos primeiros navios a usá-lo. Quando os foguetes sinalizadores foram disparados, os passageiros perceberam que algo terrível havia acontecido. Muitos haviam seguido as instruções e já aguardavam no deck dos botes, vestindo coletes salva-vidas.
O acesso aos botes salva-vidas seguia uma regra geral simples: mulheres e crianças primeiro, independente de suas posses. A bombordo, o Segundo Oficial Lightoller coordenava o embarque nos botes; a estibordo, ficava o Primeiro Oficial Murdoch.
Por volta das 0h25, o primeiro bote foi lançado, apesar de levar apenas 28 passageiros da primeira classe, quando havia 65 assentos disponíveis. Enquanto Lightoller teve que insistir em deixar apenas as mulheres e crianças embarcarem primeiro, Murdoch estava tendo problemas para convencer as pessoas a entrar nos botes. Inicialmente, muitas pessoas ainda acreditavam que o Titanic era mais seguro. Algumas senhoras de mais idade foram até obrigadas a entrar nos botes contra sua vontade. Enquanto isso, cenas dramáticas aconteciam no deck. A milionária Ida Straus se recusava a ser resgatada para, depois de um longo casamento, ter que se separar de seu marido.
Outros homens, corajosamente, disseram adeus às suas famílias. Os passageiros da terceira classe foram os últimos a saber da colisão. Alguns só perceberam o desastre quando suas cabines já estavam inundadas. Em pouco tempo, o caos tomava conta do Titanic.
Em apenas uma hora, 25 mil toneladas de água inundaram o navio. Por volta da 1 hora, a proa já estava embaixo d’água. A banda de música ainda tentou manter elevado o moral dos que estavam condenados à morte, tocando animados ragtimes. Alguns passageiros pareciam ignorar o que estava acontecendo. Na sala de fumantes da primeira classe, homens jogavam baralho tranquilamente.
O herdeiro dos Guggenheim insistiu em vestir seu melhor traje de noite, dizendo que ao menos preferia “morrer como um cavalheiro”. Por volta da 1h30, quando a proa já estava totalmente submersa, as pessoas mal conseguiam se manter em pé no deck inclinado. Alguns passageiros tentaram pular dentro de um dos botes salva-vidas, quase lotado, mas foram impedidos por tiros de advertência.
À 1h55, até o homem mais rico a bordo, John Jacob Astor, teve que aceitar que seu dinheiro não valia mais nada. Ele levou sua esposa grávida para um bote salva-vida e pediu permissão para embarcar com ela.
Mas o Oficial Lightoller foi irredutível: somente mulheres e crianças. O bote finalmente foi lançado, com apenas dois terços de sua capacidade.
De acordo com os sobreviventes, assim que todos os botes foram baixados ao mar, uma estranha calma percorreu os decks. Às 2h15, a água havia atingido o nível da primeira chaminé. Estalos e ruídos se seguiram. A luz do navio começou a tremeluzir e finalmente se apagou. A popa do navio se inclinou em um ângulo de 45 graus. O peso enorme e crítico no ponto entre a terceira e a quarta chaminés foi o golpe de misericórdia: o navio se partiu, logo abaixo da metade.
Puxada para dentro da água, a parte maior que restou elevou-se novamente, a 75 metros de altura, e então o navio impossível de ser afundado finalmente soçobrou.
Apesar de algumas centenas de lugares teoricamente estarem disponíveis, as pessoas nos botes remaram para longe dos que gritavam por ajuda dentro da água gélida, com medo de que os barcos ficassem superlotados se muitas pessoas tentassem subir a bordo. Apenas o bote salva-vidas número 4 retornou e recolheu cinco pessoas que flutuavam na água, duas delas iriam morrer dentro do barco.
A essa altura, os próprios botes não estavam fora de perigo. Algumas pessoas estavam feridas, e outras sofriam com o frio em roupas inadequadas. Quando a ajuda chegaria? Quem iria resgatar as vítimas do naufrágio?
O transatlântico mais próximo do Titanci era o navio da Cunard, o Carpathia, que havia partido de Nova York para Gibraltar no dia 11 de abril de 1912. Ele mudou seu curso imediatamente ao receber o primeiro pedido de socorro, e se dirigiu diretamente ao local do acidente. Ele levou quatro horas para chegar lá, apesar do capitão ter ordenado imediatamente que o navio prosseguisse a toda velocidade.
Felizmente, o Carpathia, que costumava ficar lotado de imigrantes, não estava carregado em sua capacidade máxima, e pôde socorrer todos os sobreviventes do Titanic. Entre 4h14 e 8h30, 315 mulheres, 52 crianças e 126 homens, registrados como passageiros, e 210 membros da tripulação foram trazidos a bordo.
Os Destroços do Titanic | |
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Durante 73 anos, não foi possível determinar exatamente onde o Titanic havia afundado, para não falar da posição exata dos destroços. Sabia-se vagamente que o acidente teria ocorrido a 380 quilômetros de Newfoundland. As primeiras expedições foram enviadas em 1963, mas a maioria fracassou por falta de financiamento. A uma profundidade de quase 4 mil metros, o trabalho só seria possível com submarinos especiais, o que tornava a busca extremamente cara. Em 1980, o oceanógrafo Robert Ballard convenceu a marinha americana a desenvolver um sistema de busca subaquático, em parceria com seu instituto. Cinco anos depois, eles finalmente estavam prontos.
Na noite de 1º de setembro de 1985, a tela de um submarino não-tripulado mostrou as primeiras imagens dos destroços do Titanic. Usando a sonda Argo, rebocada através do solo do oceano por um cabo, foram tiradas cerca de 20 mil fotografias em quatro dias: imagens tênues de caldeiras, chapas de aço, louças e sapatos. As fotos, que foram impressas em todo o mundo como a primeira prova documental do naufrágio do Titanic, confirmaram a teoria: o enorme corpo do navio havia realmente se rompido em duas partes. Enquanto a proa estava relativamente bem preservada, a popa parecia ter sido severamente danificada ao bater no solo do oceano. Os destroços estavam esparramados ao longo de 600 metros, separando a proa da popa.
Temendo pilhagens, a equipe da expedição inicialmente manteve a posição exata dos destroços em segredo. Um ano depois, Ballard e dois colegas exploraram os restos do gigante do oceano em um submarino especial para grandes profundidades. Nos arredores escuros do naufrágio, o pequeno submarino mergulhou ao redor dos destroços. A equipe promoveu um total de onze missões submarinas, com duração de quatro horas cada. A essa famosa expedição, logo se juntaram outros pesquisadores, cujo objetivo maior não era apenas examinar as ruínas do navio: muitos objetos valiosos que pertenciam aos passageiros do Titanic foram recuperados. Hoje em dia, qualquer pessoa pode literalmente passear de submarino até o naufrágio, pagando a módica quantia de 30 mil euros pelo privilégio.
bom espero que tenha gostado e volte sempre para ouvir a história do navio mais famoso do mundo.
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