quinta-feira, 12 de abril de 2012

RMS Gigantic

  RMS GIGANTIC (HMHS BRITANNIC)
O RMS Gigantic ou HMHS Britannic foi o último dos três navios que a Harland and Wolff construiu para a White Star Line. A quilha foi construída antes da viagem inaugural do Titanic, mas a construção foi paralisada depois que o Titanic afundou. Antes da retomada da construção, vários mudanças foram feitas ao Gigantic, inclusive um casco duplo e anteparas à prova de água que alcançavam até o deck "B" - as antepara a prova de água do Titanic só iam até o deck "E". Ele seria chamado de RMS Gigantic, mas foi mudado para Britannic logo após a catástrofe do Titanic. Estas modificações fizeram do Britannic o maior em tonelagem bruta, cerca de 48.158 toneladas. Como um navio hospital ele era aproximadamente 5% maior e provavelmente teria alcançado as 50.000 toneladas quando convertido a um transatlântico comercial. A White Star ficou obcecada com a segurança de seus navios depois do desastre do Titanic. A sua construção começou em 30 de Novembro de 1911 mas só foi lançado em 26 de Fevereiro de 1914 e a White Star anunciou que ela faria a linha entre Southampton e Nova Iorque a partir da Primavera de 1915. 
Com o início da Primeira Guerra Mundial, em 13 de Novembro de 1915 o navio foi requisitado pelo almirantado e oficialmente foi completado como um navio hospital. Sua parte interna quase completa foi convertida em dormitórios e quartos operacionais. Atracou em Liverpool no dia 12 de Dezembro de 1915 debaixo de uma pesada escolta armada. Foi equipado para a função de navio hospital com 2.034 cabines e 1.035 camas para vítimas. Um pessoal médico de 52 oficiais, 101 enfermeiras, 336 ordenanças, e uma tripulação de 675 homens e mulheres. O navio estava sob o comando do Capitão Charles A. Bartlett. O Britannic foi comissionado como HMHS "His Majesty's Hospital Ship", Navio Hospital da Vossa Majestade. A sua primeira viagem foi em 23 de Dezembro de 1915, com destino a Moudros na ilha de Lemnos. O Britannic foi juntar-se ao Mauretania, Aquitania, e ao seu irmão, o Olympic, no "Serviço de Dardanelles". Juntos os navios eram capazes de levar 17.000 doentes e feridos ou 33.000 soldados. Por causa dos seus tamanhos, estes navios inclusive o Britannic tinham que ancorar em águas muito profundas e confiar em oito navios balsas menores para transportar os feridos e doentes das docas da frente de batalha até aos transatlânticos. O Natal foi celebrado no Britannic quando este ia rumo ao porto de carvão de Nápoles, onde chegou dia 28 de Dezembro, 1915. Uma vez abastecido, partiu dia 29 de Dezembro com destino a Moudros, onde passou quatro dias vendo o começo do ano de 1916 e resgatando 3.300 feridos e pessoal militar doente. O Britannic retornou a Southampton em 9 de Janeiro de 1916 onde os pacientes que transportava foram transferidos para hospitais em Londres. A sua segunda viagem foi pequena. Teve que ir buscar feridos a Nápoles e retornou a Southampton dia 9 de Fevereiro de 1916. A terceira viagem foi igualmente monótona como as anteriores. Passou quatro semanas como hospital flutuante na Ilha de Wight Cowes. Após isso o Britannic voltou a Belfast em 6 de Junho de 1916 e foi devolvido a White Star Line. A Harland and Wolff começou a convertê-lo para um navio de passageiros mais uma vez, mas o trabalho foi cancelado quando o Almirantado solicitou-o novamente para serviços de guerra. Então voltou uma vez mais a Southampton em 28 de Agosto de 1916. O Britannic começou a sua quarta viagem em 24 de Setembro de 1916 com membros do Departamento de Ajuda Voluntária, a bordo. Estes membros do DAV seriam transportados para Moudros. Seguindo depois para abastecimento em Nápoles, o navio chegou a Moudros no dia 3 de Outubro de 1916. 
O Britannic foi detido em Moudros enquanto os funcionários investigavam a possível causa de intoxicação gastrointestinal que tiverem algumas pessoas. O navio retornou a Southampton em 11 de outubro de 1916. A quinta viagem teve novamente escala em Southampton, Nápoles e Moudros. No último dia dessa viagem o Britannic enfrentou mares revoltosos e tempestades. Após enfrentar as tormentas retornou finalmente a Southampton com mais de 3.000 feridos. O Aquitania sofreu sérios danos durante a tempestade e deve que atracar para reparos. Por causa disso o Britannic foi convocado para sua sexta viagem depois de quatro dias ancorado. O Britannic partiu de Southampton num domingo, dia 12 de Novembro de 1916. O tempo estava calmo. Desta vez não levava nenhum "passageiro". No dia 17 de Novembro de 1916, chegou a Nápoles, para abastecer e partir no sábado, mas uma tempestade feroz atrasou a sua partida. Terça-feira, 21 de Novembro de 1916, um dia perfeito. O Britannic navegava pelo Canal de Kea no mar Egeu, em plena Primeira Guerra Mundial. Logo após as 8:00 da manhã, uma tremenda explosão golpeou o Britannic, adernou e começou a afundar-se muito depressa pela proa. O Capitão Bartlett experimentou encalhar o Britannic na Ilha de Kea, mas não teve sucesso. Em 55 minutos, o maior transatlântico da Inglaterra, com apenas 351 dias de vida, afundou. A explosão ocorreu aparentemente entre a 2ª e a 3ª antepara a prova de água e a antepara 2 e 1 também foram danificadas. Ao mesmo tempo, começou a aparecer água na sala de caldeiras 5 e 6. Este era asperamente o mesmo dano que levou o seu irmão, o Titanic, a afundar. O capitão Charles Bartlett foi o último a abandonar o navio e infelizmente 30 pessoas morreram na ocasião quando havia mais de 1100 a bordo. A maioria destas mortes ocorreu quando os hélices emergiram das águas e sugou alguns barcos salva-vidas. Os motores ainda estavam em funcionamento, pois na correria de tentar encalhar o navio e ao mesmo tempo tentar entrar nos botes, esqueceram-se de parar os motores. 
Mortos no naufrágio do HMHS Britannic: Arthur Binks / Arthur Dennis / Charles C. S. Garland / Charles J. D. Phillips / Frank Joseph Earley / G. Philps / George De Lara Honeycott / George James Bostock / George Sherrin / George William Godwin / George William King / Henry Freebury / Henry James Toogood / James Patrick Rice / John Cropper / John George McFeat / Joseph Brown / Leonard George / Leonard Smith / Percival W. E. White / Pownall Gillespie / Robert Charles Babey / Thomas A. Crawford / Thomas Francis Tully / Thomas Jones / Thomas Taylor McDonald / Walter Jenkins / William Sharpe / William Smith / William Stone
O Britannic está tombado de lado a apenas 350 pés (107m) de profundidade. Tão raso que a proa bateu no fundo antes dele afundar totalmente, e devido ao imenso peso do navio a proa se retorceu toda. Foi descoberto em 1976 numa Exploração dirigida pelo oceanógrafo Jacques Cousteau. Ele está totalmente intacto excepto pelo buraco provocado pela explosão e pela proa curvada e retorcida. É fácil distinguir o Britannic de seus irmãos, devido aos gigantescos turcos de barco salva-vidas, e também porque a maioria das fotografias suas mostram ele todo pintado de branco com uma faixa verde pintada no casco de proa a popa, separada apenas por 3 grandes cruzes vermelhas de cada lado, designando-o como um navio hospital. O HMHS Britannic nunca chegou a receber um centavo para transportar um passageiro. O Britannic é hoje o maior transatlântico naufragado.

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