O
Missouri chegou em Ulithi em
9 de maio de
1945 e ali partiu para
Apra Harbor,
Guam, em
18 de maio. Na tarde deste dia, o
Almirante William F. Halsey, comandante da 3
a frota naval americana, colocou sua bandeira no
Missouri, tornando-se assim o líder da 3
a frota naval americana.Em
21 de maio, o
Missouri partiu de Guam, novamente em direção de Okinawa, e em
27 de maio, já iniciava novamente novos bombardeios contra posições japonesas no arquipélago, bem como liderando a frota em ataques contra bases aéreas e outras instalações militares em
Kyushu em
2 e
3 de junho, e então coordenando um bombardeio aéreo e naval contra Kyushu em
8 de junho. No mesmo dia, a 3³ frota naval partiu em direção a
Ilha de Leyte. O
Missouri chegou em
San Pedro em
13 de junho de
1945, após cerca de 3 meses de contínuas operações em suporta na
Batalha de Okinawa.
Em Leythe o
Missouri foi preparado para liderar a 3
a frota americana contra a principal ilha do arquipélago japonês,
Honshu. Esta frota naval partiu em direção ao norte em
8 de julho, rumo ao arquipélago japonês. Bombardeios aéreos, tomaram
Tóquio de surpresa em
10 de julho. Mais ataques aéreos americanos seguiram-se em
13 de Julho de
14 de julho, organizados contra Honshu e
Hokkaido. Pela primeira vez na história japonesa a artilharia de um canhão naval trouxe grande destruição dentro de uma ilha primária do arquipélago japonês quando o
Missouri aproximou-se do litoral japonês, auxiliando em um bombardeio aéreo que destruiu completamente fábricas locais da
Nihon Steel e da
Wanishi Ironworks em
Muroran.
Durante a noite de
17 para
18 de julho o
Missouri bombardeiou alvos industriais na região de
Hichiti,
Honshu. Ataques aéreos contra o
Mar Interior de Seto prosseguiram até
25 de julho de
1945, com o
Missouri protegendo os porta-aviões à medida que os aviões destas embarcações navais bombardeavam a
capital japonesa. Ao término de julho, os japoneses já não tinham mais águas nacionais, tendo estas sido completamente conquistadas pelos americanos. O
Missouri liderou a 3
a frota naval americana ao longo da conquista do controle aéreo e marítimo do Japão.
Mais bombardeios contra
Hokkaido e o norte de
Honshu prosseguiram em
9 de agosto de
1945, exatamente no mesmo dia que a segunda
bomba nuclear devastou
Nagasáqui. No próximo dia, às 8:54 da noite, a tripulação do
Missouri ficou eletrificada pela notícia não-oficial que o Japão estava pronto para se render, desde que a posição de
Imperador do Japão como líder e chefe de estado do país não fosse afetada pela rendição. Não foi até às 7 horas da manhã de
15 de agosto que a tripulação do navio soube que o presidente americano
Truman havia anunciado a aceitação japonesa de rendição incondicional.
O Almirante
Bruce Fraser da
Marinha do Reino Unido e o comandante da
Frota Naval Britânica do Pacífico, embarcou no
Missouri em
16 de agosto, e deu ao almirante Halsey a
Ordem dos Cavaleiros do Império Britânico. O
Missouri então transferiu cerca de 200 oficiais e soldados para o encouraçado
Iowa para serviço temporário no último, para a ocupação inicial de
Tóquio em
21 de agosto. O
Missouri adentrou na baía de Tóquio em
29 de agosto, para preparar para a cerimônia formal de rendição japonesa. Oficiais de alto escalão de todas as principais nações Aliadas foram recebidas a bordo em
2 de setembro. O Almirante de Frota
Chester Nimitz embarcou a bordo do encouraçado pouco depois das 8 horas da manhã, e o
General of the Army Douglas Mac arthur, o Comandante Supremo das forças Aliadas, embarcou a bordo do
Missouri às 8:43. Os representantes japoneses, liderados pelo ministro do exterior
Mamoru Shigemistu, chegaram às 8:56. Às 9:02, o General Mac Arthur pisou à frente de uma bateria de
microfones e a cerimônia japonesa teve início. As palavras de Mac Arthur foram transmitidas do
Missouri para o resto do mundo. A cerimônia durou no total 23 minutos, e por volta de 9:30, os emissários japoneses já haviam partido.
Na tarde de
5 de setembro, o Almirante Halsey transferiu sua bandeira para o encouraçado
South Dakota, e no mesmo dia, o
Missouri partiu da Baía de Tóquio, em direção a
Guam, onde o encouraçado recebeu um número de soldados que estavam indo de volta para casa, e então o
Missouri navegou, sem cobertura, rumo ao
Havaí. Em
20 de setembro, o
Missouri chegou em Pearl Harbor, e a bandeira do Almirante Nimitz foi içada no encouraçado na tarde de
28 de setembro.
Pós-Guerra 1946-1950
Em 29 de setembro de 1945, o
Missouri partiu de Pearl Harbor em direção à costa leste do
Estados Unidos. O encouraçado alcançou a
Cidade de Nova Iorque em
23 de outubro de
1945, onde então a bandeira do Almirante
Jonas Ingram, comandante da Frota Naval do Atlântico, foi içada no
Missouri. Quatro dias depois, o
Missouri liberou uma salva de 21 tiros de canhão, uma vez que o presidente americano Truman embarcara no encouraçado para um dia de cerimônias em homenagem ao
Dia da Marinha.
Após um vistoriamento no
New York Naval Shipyard e uma viagem de treinamento para
Cuba, o
Missouri retornou para Nova Iorque. Na tarde de
21 de março de
1946, o encouraçado recebeu os restos mortais da embaixadora
turco nos Estados Unidos,
Mehmet Munir Ertegün. O
Missouri então partiu em
22 de março para
Gibraltar, e em
5 de abril, o encouraçado chegou em
Istambul. Ertegün recebeu honras por parte do
Missouri, através de uma salva de 19 tiros de canhão durante a transferência dos restos mortais, e outra salva de 19 tiros durante o funeral.
O
Missouri partiu de Istambul em
9 de abril e chegou em
Piraeus, na
Grécia, em
10 de abril. Os tripulantes do encouraçado foram extremamente bem-recebidos por oficiais e cidadãos gregos. O
Missouri havia chegado em um ano onde as atividades
soviéticas nos
Balcãs fizeram com que a Grécia tornasse-se o cenário de uma
guerra civil liderada por
comunistas, à medida que os soviéticos buscavam estender o poderio comunista, e assim, a área de influência soviética, em toda a região do Mediterrâneo.
A viagem do
Missouri em direção ao leste do Mediterrâneo deram conforto à Grécia e à Turquia. Notícias proclamaram o encouraçado como um símbolo do interesse americano em preservar a independência de ambas as nações. O
Missouri partiu de Piraneus em
26 de abril, em direção a
Norfolk, fazendo escala em
Argel e
Tânger. O
Missouri chegou em Norfolk em
9 de maio. O encouraçado então partiu rumo à
Ilha Culebra em
12 de maio, para juntar-se à 8
a Frota Naval americana, nas primeiras grades manobras de treinamento após o fim da guerra. O encouraçado retornou à Cidade de Nova Iorque em
27 de maio. Durante o próximo ano, o
Missouri faria diversos exercícios de treinamento no
Estreito de Davis e no
Caribe.
O
Missouri chegou em
Rio de Janeiro em
30 de agosto de
1947, transportando consigo o presidenta americano Truman para a
Conferência Inter-Americana para a Manutenção da Paz e Seguridade do Hemisfério.Truman desembarcou na cidade em
2 de setembro, para celebrar a assinatura do
Tratado de Rio, que estipulava que um ataque em qualquer país integrante seria considerado um ataque contra todos os países-membros.
A família Truman embarcou a bordo do
Missouri em
7 de setembro de
1947 para retornar aos Estados Unidos, onde chegou em Norfolk em
19 de setembro. Mais treinamento se seguiu na
Baía de Guantánamo. No
verão de
1948, outras viagens de treinamento foram feitas. O encouraçado partiu de Norfolk em
1 de novembro para um treinamento de três semanas no Estreito de Davis. Durante os próximos dois anos, o
Missouri participou de diversos exercícios, desde a costa da
Nova Inglaterra até o
Caribe, alternado por dois treinamentos de verão. Em
23 de setembro de
1949, o
Missouri âncorou no porto naval de Norfolk, onde ficou até
17 de janeiro.
Então o único encouraçado comissionado, o que significava que o navio era o único do gênero ainda em funcionamento, o
Missouri estava partindo rumo ao mar para mais uma missão de treinamento em 17 de janeiro quando o navio navegou ao longo de 3 quilômetros de um recife, o
Thimble Shoals Light, tendo chocado-se eventualmente com o leito do recife. O choque com o leito do recife fez com que o
Missouri ficasse enroscado no recife. Com a ajuda de diversas bóias e de uma
maré, o
Missouri reflutuou em
1 de fevereiro de
1950. O navio foi eventualmente reparado, mas a marinha tinha outros planos para o
Missouri. Tais como a maioria dos navios da frota naval americana pós-segunda guerra, o
Missouri era visto pela Marinha americana mais como um gasto extra não-necessário, e a Marinha americana então decidiu decomissionar o encouraçado. No último segundo o presidente Truman soube da decisão da Marinha. Truman - que foi anteriormente um senador do estado de
Missouri - enviou uma
ordem executiva dizendo que, ao longo que Truman fosse presidente do país, o encouraçado
Missouri ficaria em serviço como uma parte ativa da frota americana. Ironicamente, esta ordem favoreceria posteriormente a Marinha americana.
Guerra da Coreia:1950-1955
Em
1950, a
Coreia do Norte invadiu a
Coreia do Sul, em uma tentativa de unir o país. Temendo o pior, os Estados Unidos interveniram em nome da
Organização das Nações Unidas, e enviou tropas, tanques e uma forte força naval à Coreia para suportar a Coreia do Sul contra as forças da Coreia do Norte. Como parte da mobilização naval, o
Missouri foi enviado, tendo partido da frota do Atlântico, sediada em Norfolk, em direção à península coreana em
19 de agosto, para suportar as forças da Nações Unidas na região.
O
Missouri juntou-se com as Nações Unidas a oeste de
Kyushu, em
14 de setembro, onde o encouraçado tornou-se o navio-bandeira do Contra-Almirante
A. E. Smith. O primeiro encouraçado a alcançar águas coreanas, o
Missouribombardeou
Samchok em
15 de setembro de
1950, em uma tentativa de causar confusão entre as forças norte-coreanas durante a invasão de
Inchon. Foi a primeira vez que os canhões do
Missouri atiraram em raiva desde o final da Segunda Guerra Mundial.juntamente ao cruzeiro
Helena e outros dois contratorpedeiros, o
Missouri ajudou a preparar o caminho para as ofensiva do oitavo regimento militar americano.
O
Missouri chegou em Inchon em
19 de setembro, e em
10 de outubro, tornou-se o navio-bandeira do Contra-Almirante
J. M. Higgins, comandante da quinta divisão de cruzeiros. Em
14 de outubro, o
Missouri chegou em
Sasebo, onde o encouraçado tornou-se o navio-bandeira do Vice Almirante
A. D. Struble, comandante da sétima Frota Naval americana. Após proteger o
porta-aviões Valley Forge, ao longo da costa da Coreia, o
Missouri conduziu missões de bombardeio de
12 a
26 de outubro, nas regiões de
Chonjine
Tanchon, bem como em
Wonsan. Após isto, o
Missouri novamente protegeria porta-aviões, a leste de Wonsan.
Em
15 de setembro de
1950, o
General of the Army Douglas MacArthur lançou sua famosa invasão anfíbia da Coreia durante a
Batalha de Inchon. Isto quebrou as linhas de suprimento norte-coreanas, resultando em na recuada das forças da Coreia do Norte em direção ao norte, com as forças das Nações Unidas seguindo as forças norte-coreanas em recuada. Até aqui, as forças das Nações Unidas somente atacaram forças norte-coreanas, mas havia rumores entre os comandantes das Nações Unidas, notavelmente o General MacArthur, sobre uma possível invasão da
China. Um país
comunista, a China esteve monitorando a recuada das forças norte-coreanas, cada vez mais perto da fronteira entre a Coreia do Norte e a China. Os chineses já haviam avisado explicitamente que a China estava disposta a defender a Coreia do Norte, e quando estava claro que a última não tinha nenhuma chance de vitória contra as forças das Nações Unidas, os chineses decidiram invadir a península coreana. Em
19 de outubro de
1950, cerca de 380 mil soldados do exército da República Popular da China, sob o comando do General
Peng Dehuai, invadiram a Coreia do Norte e lançaram um ataque contra as forças ofensivas das Nações Unidas. Pegas de surpresa, as forças das Nações Unidas foram obrigadas a recuar emergencialmente. Como parte da recuada das forças das Nações Unidas navios e aviões foram enviados para providenciar cobertura ao longo da missão de recuada. O
Missouri partiu rumo a
Hungnam em
12 de dezembro e providenciou bombardeamentos de suporte ao longo do
Perímetro de defesa de Hungnam, até que as últimas forças das Nações Unidas, a 3
a divisão de infantaria americana, foram evacuados pelo mar em
24 de dezembro de
1950.
O
Missouri fez outras operações adicionais com porta-aviões e missões de bombardeamento até
19 de março de
1951. Em
24 de março, o encouraçado chegou em
Yokosuba, onde estava localizado um dos centros de operações da marinha americana durante a guerra. Quatro dias depois, o
Missouri foi dispensado de suas tarefas no Extremo Oriente. O encouraçado partiu de Yokosuka em
28 de março, e quando o
Missouri chegou na Estação Naval de Norfolk, em
27 de abril, o navio tornou-se o navio-bandeira do Contra-Almirante
James L. Holloway, comandante das forças cruzeiras do Atlântico. Durante o verão de 1951, o
Missouri fez duas missões de treinamento na
Europa Setentrional. Em
18 de outubro, o encouraçado foi ancorado no Estaleiro Naval de Norfolkm para testes e reparos até
30 de janeiro de
1952.
Após ter treinado no inverno e na primavera na
Baía de Guantánamo, o
Missouri visitou a Cidade de Nova Iorque, e então o encouraçado partiu rumo a Norfolk em
9 de junho, para outra missão de treinamento. O
Missouri então retornou a Norfolk em
4 de agosto, onde foi vistoriado novamente no Estaleiro Naval de Norfolk, para receber os preparativos de uma segunda viagem rumo à zona de combate nas Coreias.
O
Missouri partiu rumo a Inchon em
5 de janeiro de
1953 e então para Sasebo, Japão. O General
Mark W. Clark, Comandante em Chefe das forças das Nações Unidas, e o Almirante
Guy Russell, comandante das Forças
britânicas na região, visitam o encouraçado em
23 de janeiro. Nas próximas semanas, o
Missouri continuou a patrulhar as águas coreanas, ao longo da costa oriental da península coreana, fornecendo suporte em forças em terra. O encouraçado continuou a bombardear repetidamente Wonsan, Tanehon, Hungnam e Kojo, destruíndo assim linhas de suprimento primárias no litoral oriental. A última missão de bombardeamento do
Missouri em
1952 foi contra
Kojo, em
25 de março. Anteriormente, em
6 de março, o então capitão do
Missouri,
Warner R. Edsall, sofreu um
ataque cardíaco que o matou. Em
6 de abril, seu irmão mais velho, o
New Jersey, substituiu o
Missouri como navio-bandeira da 7
a Frota Naval.
O
Missouri partiu de Yokosuka em
7 de abril de 1953, rumo a Norfolk, chegando ao seu destino em
4 de maio, para tornar-se o navio-bandeira do Contra Almirante
E. T. Woolridge, comandante de uma frota naval americana de cruzeiros e encouraçados, em
14 de maio. Em
8 de junho, o
Missouri partiu rumo a mais uma missão de treinamento, tendo retornado a Norfolk em
4 de agosto, e vistoriado no Estaleiro Naval de Norfolk de
20 de novembro até
2 de abril de
1954. Agora o navio-bandeira do Contra Almirante
R. E. Kirby, que havia substituído o Almirante Woolridge, o
Missouri partiu de Norfolk em
7 de junho para mais uma missão de treinamento, desta vez, em
Lisboa e em
Cherbourg. O encouraçado retornou a Norfolk em 3 de agosto, e em 23 de agosto, o
Missouri partiu rumo à costa oeste dos Estados Unidos, para ser desativado. Após escalas em
Long Beach e em
San Francisco, o
Missouri chegou em
Seattle em 15 de setembro de 1954. Três dias depois, o
Missouri entraria no Estaleiro Naval Pudget Sound, onde o encouraçado foi decomissionado em 26 de fevereiro de 1955, passando a fazer parte da
Reserva Naval Americana do Pacífico, em
Bremerton, Estado de
Washington.
Quando o
Missouri chegou em Bremerton, o
Missouri foi ancorado no último pier, colocando o navio muito próximo à terra. Assim, o
Missouri serviu nas próximas 3 décadas, até 1985, como uma
atração turística popular na cidade, atraindo cerca de 180 mil visitantes por ano, que visitavam o navio para observar a "plataforma da rendição", local onde uma placa de
bronze marca o lugar onde o
Japão rendeu-se às forças Aliadas. Vários quioses foram criados na área urbana próxima ao encouraçado, que vendiam
souveniers para os turistas.
Recomissionamento:1985-1992
Como parte dos esforços do então Secretário da Marinha Americana,
John F. Lehman, em construir uma
Marinha de 600 navios, o
Missouri foi reativado em
1984, e recomissionado em
San Francisco, em
10 de maio de
1986. Como seus irmãos encouraçados da classe
Iowa, o
Missouri foi modernizado com o último armamento disponível, incluindo o sistema
Armored Box Launcher que permitiu ao
Missouri utilizar mísseis
BGM-109 Tomahawk e 16
AGM-84 Harpon. O encouraçado também foi equipado com quatro metralhadoras
Phalanx ICWS, que destroem mísseis anti-navios e
aviões militares.
"Este é um dia para celebrar o renascimento do poderio naval americano", disse o secretário de defesa dos Estados Unidos,
Casper W. Weinberger, à uma audiência de 10 mil pessoas na cerimônia de recomissionamento, instruindo a tripulação a
"ouvir os passos daqueles que partiram antes de vocês. Eles falam de vocês de hora e da importância das responsabilidades. Elas te lembram de suas próprias tradições."
Quatro meses depois, o mais bem-sucedido encouraçado americano partiu de sua nova base naval, em
Long Beach,
Califórnia, para uma viagem em volta do mundo, trazendo a mensagem de "Força pela Liberdade" para oito nações:
Austrália,
Diego Garcia (território do
Reino Unido),
Egito,
Turquia,
Itália,
Espanha,
Portugal e
Panamá. O
Missouritornou-se o primeiro encouraçado a circunavegar a
Terra desde que a
Grande Frota Branca de
1909 - uma frota que incluía o
USS Missouri (BB-11), o primeiro encouraçado com este nome.
Em
1987, o
Missouri recebeu novo armamento de menor calibre, e foi enviado para tomar parte na
Operação Earnest Will, de escoltar petroleiros partindo do
Kuwait. Em
25 de julho de
1987, a tripulação do
Missouri foi enviado às águas problemáticas do
Golfo Pérsico e a 6 meses de patrulhamento no
Oceano Índico e no Golfo Pérsico. O
Missourigastou mais de 100 dias contíguos no mar, em um ambiente quente e tenso - um contraste com a jornada em volta ao mundo de alguns meses atrás. O Missouri, durante os meses que atuou no
Oriente Médio, ajudou a prevenir uma escalação da violência na região.
O
Missouri retornou para Long Beach, Estados Unidos via Diego Garcia, Austrália e
Havaí em
1988. Vários meses depois, a tripulação do
Missouri novamente partiu para o Havaí, para participar em exercícios navais internacionais, o
RimPac Exercice, que envolveram mais de 50 mil tropas e navios da Marinha da
Austrália,
Canadá e Estados Unidos. Em 1988, visitas incluíram
Vancouver e
Victoria, província de
Colúmbia Britânica,
Canadá,
San Diego,
Seattle e
Bremerton.
1989 foi um ano héctico na vida do
Missouri. Durante os primeiros meses do ano o encouraçado foi vistoriado no Estaleiro Naval de Long Beach, para manutenção de rotina. Durante o fim de semada do Dia da Independência, em
julho, o
Missouri lançou vários
fogos de artifícios. Alguns meses, o navio partiu rumo a mais um exercício naval internacional, a
Rim Pac, onde o
Missouri e seu irmão
New Jersey fizeram uma salva simultânea de tiros de canhões para os
porta-aviões Enterprise e
Nimitz. Um dos destaques do exercício internacional foi uma visita à
Pusan,
Coreia do Sul.
Em
1990, o
Missouri novamente tomou parte da
RimPac Exercice, onde participaram navios militares da
Austrália,
Canadá, Estados Unidos,
Japão e
Coreia. Em
2 de agosto do mesmo ano, o ditador
iraquiano Saddam Hussein invadiu o Kuwait. No meio do mês, o então presidente americano
George Hebert Walker Bush começou a enviar os primeiros soldados de um total de centenas de milhares, juntamente com uma forte força naval, à
Arábia Saudita e à área do
Golfo Pérsico, para suportar uma força multi-nacional contra o ditador iraquiano. Uma viagem de quatro meses planejada para o
Missouri, ao longo de certos
portos da costa oeste do Canadá e dos Estados Unidos, foi cancelada apenas alguns dias antes da data prevista desta dada viagem. O
Missouri então começou a receber os preparativos para a guerra, e estar pronto a ser enviado rumo ao Oriente Médio quando recebesse ordens para fazê-lo.
A ordem veio. Em
novembro, o
Missouri partiu rumo às águas problemáticas do Golfo Pérsico, em meio à uma pesada cobertura da imprensa nacional. O encouraçado fez primeiramente escala no
Havaí, onde a tripulação pôde comemorar a
Ação de Graças, um feriado americano e canadense. Posteriormente, o
Missouri fez escala em
Pattaya Beach,
Tailândia, onde a tripulação teve dois dias de descanso, entre os dias de treinamento pesado para o uso de armamentos e defesa contra
armas químicas.
O
Missouri chegou no Golfo Pérsico poucos dias depois do
Ano Novo de
1991, e imediatamente atendeu a um pedido de emergência, de um navio em chamas nas águas do golfo. O
Missouri enviou bombeiros e especialistas como auxílio, e então o encouraçado navegou rumo ao pequeno emirado de
Bahrain.
Após alguns dias de descanso em Bahrain, o
Missouri e sua tripulação navegaram em direção ao norte e iniciou suas operações. Alguns dias depois, na manhã de
17 de janeiro de
1991, o encouraçado lançou seus primeiros mísseis
Tomahawk contra alvos iraquianos. Estes ataques foram um dos primeiros marcos do início da
Guerra do Golfo. À medida que os Estados Unidos e outros países em torno do mundo ouviam as palavras "A liberação do Kuwait foi iniciada", o
Missouri continuou a atirar mísseis Tomahawks. No total, foram lançados 28 mísseis.
No início de
fevereiro de 1991, o
Missouri começou a atirar munições cada um pesando cerca de 1,2 tonelada cada, contra um posto de comando iraquiano e um
bunker. Este foi a primeira vez que o navio fez uso de seus canhões de 406 mm desde
março de
1953, na
Guerra da Coreia. Em
5 de fevereiro, o
Missouri destruiu uma bateria de artilharia iraquiana com 10 tiros de canhão. Por cerca de um período de três dias, o
Missouri bombardeou fortes iraquianos com suas munições de 406 mm. O
Missouri dividia tarefas e responsabilidades bélicas com seu irmão, o encouraçado da classe
Iowa Wisconsin, e os dois encouraçados continuaram a bombardear diversos alvos iraquianos com suas munições de 406 mm. Próximo ao fim do mês, o
Missouri começou a bombardear a
Ilha Faylaka, e a suportar a invasão terrestre Aliada da região. Sobre a Ilha Faylaka, os aviões não-tripulados de patrulha do Missouri observaram centenas de soldados iraquianos içando e balançando bandeiras brancas após um ataque contra suas trincheiras - foi a primeira vez que soldados renderam-se à um avião não-tripulado inimigo. Quando a guerra do Golfo terminou, tanto o
Missouri quanto o
Wisconsin haviam atirado mais de 450 toneladas de munição contra alvos iraquianos. Durante a guerra, os iraquianos lançaram dois
mísseis Slikworm, um do qual caiu no mar sem causar maiores preocupações e outra passando muito próximo do
Missouri, antes de ser destruído por um míssil anti-míssil atirado pelo contratorpedeiro
britânico Gloucester.
Em
março, o
Missouri fez a longa jornada rumo à costa oeste dos Estados Unidos, fazendo escala em
Perth e em
Hobart, cidades
australianas. Seis meses depois de ter partido, o
Missouri chegou novamente a Long Beach, onde a tripulação do navio pôde reencontrar-se com sua família e amigos.
Com o colapso da
União Soviética em 1991 e a falta de uma ameaça contra os Estados Unidos vieram cortes drásticos no orçamento militar americano, e o alto custo de manutenção de encouraçados como parte da frota naval ativa foi vista como gastos ineficientes e desnecessários. O
Missouri, veterano de três guerras, foi decomissionada pela última vez em
31 de março de
1992, em
Long Beach,
Califórnia. Seu último comandante, o Capitão
Albert L. Kaiss, escreveu este seguinte comentário no último "Plano do Dia" do
Missouri:
- "Nosso dia final chegou. Hoje o último capítulo no encouraçado Missouri na história será escrito. Muitas vezes se diz que é a tripulação que faz o comando. Não há outra frase mais verdadeira… Pelo que é a tripulação deste grande navio que fez isto um grande comando. Vocês são uma espécie especial de marinheiros e fuzileiros navais, e eu estou orgulhoso de ter servido com cada um e todos vocês. Aos que tiveram a dolorosa tarefa de colocar este grande navio para dormir, eu os agradeço. Pelo que são vocês que tiveram o papel mais pesado. Pois colocar de fora um navio que têm tornado-se uma parte de mim como uma parte de vocês é um triste fim para uma grande jornada. Mas vamos nos consolar nisto - vocês fizeram parte da história do navio e parte daqueles que navegaram aqui antes de nós. Nós o levamos para a guerra, atuamos magnificamente, e adicionamos outro capítulo na história do navio, colocado ao lado de outros capítulos feitos pelos nossos antecedentes, em uma verdadeira tradição naval. Deus abençoe a todos.
Museu Navio:1993 tempos atuais
Em
4 de maio de
1998, o Secretário da Marinha americana,
John H. Dalton, assinou o contrato de doação que transferiu oficialmente o encouraçado histórico para a organização não-governamental e sem lucrativos
USS Missouri Memorial Association, sediada em
Honolulu,
Havaí. O navio partiu de
Bremerton,
Washington, em
23 de maio, fez a viagem de 3,7 mil quilômetros rumo ao Havaí, ancorando gentilmente em
Ford Island, em
Pearl Harbor, em
2 de junho, a apenas 900 metros distante do
Memorial do Arizona. Menos de um ano depois, em
29 de janeiro de
1999, o
Missouri foi aberto ao público como um navio-museu administrado pela USS Missouri Memorial Association.
O
Missouri não é eligível à designação como um Monumento Histórico Americano, mesmo que seja o último encouraçado construído pelos Estados Unidos, e tenha sido adicionada ao
Registro de Lugares Históricos Nacional em
1972, por ter sediado a assinatura do documento de rendição japonesa que terminou a
Segunda Guerra Mundial. Isto é porque muito de seu equipamento original foi removido quando o
Missouri foi reativado e modernizado em
1986, e sua configuração original foi mudada para acomodar os novos armamentos. Porém, o encouraçado já possui seu lugar na história, e seu papel como um museu em Pearl Harbor garantirá que gerações futuras não esquecerão as contribuições do
Missouri à história.