Aconteceu há exatos 70 anos e até hoje é conhecido como um dos mais famosos confrontos da Segunda Guerra Mundial. O único veterano britânico sobrevivente do naufrágio do navio de guerra alemão Bismarck ainda lembra como se fosse ontem.
Agora passado dos 90 anos de idade, John Moffat jamais esquecerá os acontecimentos do dia 26 de maio, 1941. John mora perto de Dunkeld, mas nasceu em Swinton e foi para a escola em Earlston.
Na semana passada, ele visitou a RNAS Culdrose em Cornwall, uma das maiores bases de helicópteros da Marinha Real e local que abrigava a sua antiga unidade, o 820º Esquadrão. O propósito era reunir os membros da Royal Navy Air Fleet em um jantar comemorativo para marcar a ocasião.
Foi um avião Fairey Swordfish do 820º Esquadrão que decretou o destino do Bismarck em um ataque ousado que marcou a ascensão do poder aeronaval na história.
Dois mil marinheiros alemães morreram no naufrágio, que aconteceu apenas dois dias depois que o Bismarck destruiu o cruzador de batalha britânico HMS Hood, com a perda de 1.418 membros da tripulação.
A perda do
Hood foi a causa do líder britânico Winston Churchill emitir sua famosa ordem: “afundem o Bismarck“.
E foi um único torpedo de 1600 libras, lançado pelo Swordfish de John, que mergulhou em um céu cheio de nuvens e sob uma chuva de fogo inimigo, que danificou o leme Bismark.
Esse único golpe devastador permitiu que a frota britânica se aproximasse do encouraçado alemão de 56.000 toneladas e cumprisse as ordens de Churchill.
Com a espessa camada de nuvens produzindo má visibilidade, John e seus companheiros do porta-aviões HMS
Ark Royal foram enviados para encontrar o
Bismarck.
O navio alemão foi descoberto por acaso por um Catalina e John, com apenas 21 anos, e duas outras aeronaves do Esquadrão 820, perseguiram a sombra do monstro do Atlântico Norte durante várias horas antes de receber a ordem de ataque antes que o Bismarck chegasse em segurança à costa francesa.
A equipe de John comandou o ataque: “Nós lançamos nosso único torpedo de cerca de 1.500 metros e, em seguida, deixamos o local o mais rápido que pudemos”, lembrou. “Eu não cheguei a ver o impacto, mas a tripulação seguinte viu. O Bismarck guinou e forneceu-nos um grande alvo à ré. Ele estava ligeiramente avariado e tinha perdido a sua capacidade de manobra. ”
Isso permitiu que os navios da Royal Navy chegassem perto. Projeteis e torpedos dos navios de guerra britânicos começaram a cair sobre o
Bismark. O esquadrão de John tinha ordens para lançar um novo ataque. Mas na hora que eles voltaram à cena, o
Bismarck havia emborcado e acredita-se que o capitão Lindemann tenha ordenado o seu afundamento, lançando centenas de homens ao mar. Sobrevoando a cena a apenas 50 pés, John nunca mais vai esquecer.
“Foi uma visão horrível – vendo todos aqueles homens na água sem nenhuma chance de se salvar”, explicou John. “Mas no período entre a saída do Bismarck do porto e o seu afundamento, ela tinha tirado a vida de 5.000 (sic) marinheiros por isso tinha de ser destruído.”
De sua tripulação de 2200 homens, apenas 115 marinheiros sobreviveram. “Churchill não estava brincando quando ordenou o afundamento do Bismarck. O navio era uma ameaça para todos os aliados”.
Apesar de não haver exaltação da parte de John pelas mortes de homens que ele considera colegas marinheiros, agora há um sentimento de orgulho e dignidade por ter executado um
trabalho difícil.
John diz que os jovens pilotos e tripulantes que ele encontra em eventos como o da semana passada sempre gostam de ouvir sobre a missão do Bismarck. “Eu sempre tenho uma recepção calorosa quando estou na companhia deles – eles me recebem de volta como um dos seus, não importa que tenha passado um longo tempo desde que eu usava uniforme”, explicou John, que terminou a guerra como capitão de corveta.
Um livro escrito por John, em colaboração com Mike Rossiter, denominado” I sunk the Bismarck”, foi publicado em 2009 pela Bantam Press e ainda está disponível.
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