Bem Vindo ao Destino Dos Navios.
Vamos Falar Novamente Sobre o Titanic o Navio oque Faz Mais Sucesso em Meu Blog.
A 4 mil metros de profundidade, a fantasmagórica proa do Titanic emerge da escuridão durante um mergulho feito pelo cineasta James Cameron em 2001. O navio poderia ter resistido a um choque frontal com o iceberg, mas a colisão lateral a estibordo causou o rompimento de muitos compartimentos estanques.
Os destroços jazem na escuridão, uma confusão de aço corroído dispersa por 400 hectares no fundo do Atlântico Norte. Estranhas formas de vida, pouco afetadas pela pressão esmagadora, vagueiam pelas amuradas. Desde a descoberta do local do naufrágio em 1985 por Robert Ballard, explorador residente da NGS, e Jean-Louis Michel, submersíveis robóticos ou tripulados vasculharam os sombrios desvãos do Titanic, emitiram pulsos de sonar em sua direção, fizeram algumas imagens – e partiram.
Nos últimos anos, exploradores, como o cineasta James Cameron e Paul-Henry Nargeolet, coletaram imagens cada vez mais nítidas da embarcação. Todavia, quase sempre só pudemos vislumbrar a cena do naufrágio como se a víssemos pelo buraco de uma fechadura, com a visão limitada pelos sedimentos suspensos na água e pelo alcance dos holofotes dos submersíveis. Nunca foi possível ter uma ideia geral do relacionamento entre todos os elementos dispersos e disparatados no fundo do mar.
Essa situação começa a mudar. Em um trailer atulhado de equipamentos no Instituto Oceanográfico Woods Hole (Whoi, na sigla em inglês), William Lange debruça-se sobre a cópia ampliada de um mapeamento por sonar feito no local em que repousa o Titanic – um mosaico elaborado que levou meses para ficar pronto. À primeira vista, a imagem mais parece a superfície da Lua, mas um exame revela que o local está pontilhado de detritos de origem humana – uma confusão de linhas e esferas, fragmentos e estilhaços. Lange indica uma área no mapa que se tornou mais compreensível graças ao acréscimo de dados ópticos à imagem obtida pelo sonar. Ele faz um zoom, depois outro. Agora dá para ver a proa do Titanic com nitidez granulada, um buraco negro onde antes se erguia a chaminé dianteira e uma escotilha aninhada na lama uma centena de metros ao norte. As imagens são ricas em detalhes: em uma delas, dá para distinguir um caranguejo esbranquiçado agarrado a uma amurada.
Um simples movimento do mouse torna acessível todos os destroços do Titanic – cada turco, cada guindaste, cada caldeira. O que antes não passava de uma mixórdia indecifrável virou uma foto em alta resolução do acidente. “Agora sabemos onde está cada coisa”, diz Lange. “Após 100 anos, por fim, a cena toda está iluminada.”
Bill Lange é o responsável pelo Laboratório de Visualização e Imageamento Avançados do Whoi, um estúdio fotográfico de alta tecnologia dedicado à documentação das profundezas oceânicas. A poucos quarteirões do pitoresco porto de Woods Hole, na ponta sudoeste do cabo Cod, no estado de Massachusetts, o laboratório é uma sala cavernosa, com revestimento acústico, repleta de monitores de TV de alta definição em meio ao zumbido de fileiras de computadores. Lange foi um dos membros originais da expedição de Ballard que encontrou os destroços e, desde então, vem explorando o local com câmeras cada vez mais avançadas.
Esse último conjunto de imagens, resultado de uma ambiciosa e multimilionária expedição realizada em agosto e setembro de 2010, foi obtido por três veículos robóticos de ponta que se deslocaram no leito oceânico, cobrindo extensas faixas predeterminadas. Equipados com sonares de varrimento lateral e de feixes múltiplos, assim como câmeras ópticas de alta resolução que fazem centenas de fotos por segundo, os robôs foram “aparando a grama”, como essa técnica é mais conhecida, ao ziguezaguear por uma área de 5 por 8 quilômetros no fundo do mar. Esses levantamentos em faixas foram agora montados com tecnologia digital de modo a formar uma imensa imagem em alta definição, na qual todos os detalhes estão localizados por meio de sistemas reticulares e de georreferenciamento.“Isso nos coloca em outro patamar”, comenta o arqueólogo James Delgado, da Noaa, órgão americano responsável pelos oceanos e a atmosfera, cientista-chefe do projeto. “No passado, tentar entender o Titanic era o mesmo que tentar compreender Manhattan à noite no meio de uma tempestade – usando apenas uma lanterna. Agora dispomos de uma área de pesquisa que pode ser compreendida e medida. Nos próximos anos, graças a esse levantamento histórico, será possível recuperar a voz daquelas pessoas que foram caladas quando afundaram nas águas frias.”
Por que, afinal, os destroços do RMS Titanic despertam tanto interesse? Por que, um século depois, as pessoas ainda dedicam tanto esforço intelectual e tantos recursos para vasculhar esse cemitério de metal 4 mil metros abaixo da superfície do oceano? Por que razão, tal como Pearl Harbor, o terreno no qual ficava o World Trade Center, em Nova York, e algumas outras raras e veneradas zonas de desastre, ele continua a seduzir nossa imaginação?
Imagens etéreas da proa do Titanic (ilustrada à direita) oferecem uma profusão de detalhes. Cada um dos dois mosaicos ópticos consiste em 1,5 mil imagens de alta resolução. Como revela o perfil de estibordo, o Titanic curvou-se ao arremeter de frente contra o leito do mar. Com isso, a seção dianteira do casco se enterrou na lama – ocultando, talvez para sempre, os ferimentos fatídicos infligidos pelo iceberg.
A popa do Titanic, vislumbrada aqui de perfil e do alto mostra os sinais das violentas pressões a que foi submetida enquanto afundava e rodopiava. O entendimento desse emaranhado de metal propõe desafios aos especialistas. Segundo um deles, “para se entender isso, é preciso adorar Picasso”.
Tal como o Olympic e o Britannic, os outros transatlânticos da mesma classe pertencentes à companhia White Star Line, o Titanic foi construído para resistir a qualquer acidente, inclusive o abalroamento frontal de outra embarcação. O navio teria continuado a flutuar mesmo com a avaria de quatro ou cinco dos compartimentos estanques na parte dianteira. Mas, ao rasgar o casco a estibordo, o iceberg atingiu seis dos compartimentos, provocando a inundação completa da seção da proa. Um século após o desastre, o cineasta James Cameron reuniu especialistas para discutir uma nova explicação da maneira como o navio naufragou.
Devido ao formato alargado, a proa e a popa afundam com aceleração variável e intermitente. A popa desce girando em parafuso no sentido horário, lançando mais destroços antes de arremeter contra o fundo.
Enquanto o rebocador conduzia o Titanic para fora do porto de Southampton, fotógrafos registravam a partida. Cinco dias depois, este símbolo da belle époque estava no fundo do Atlântico Norte. "É uma dessas histórias que vão interessar as pessoas para sempre", diz Robert Ballard.
Às 23h40, enquanto navegavam a 640 km dos
Grandes Bancos da Terra Nova, os vigias do mastro, Frederick Fleet e Reginald Lee, avistaram um iceberg bem em frente do navio. Fleet imediatamente tocou o sino de alerta do mastro três vezes e ergueu o comunicador para falar com a Ponte. Preciosos segundos se perderam até que o comunicador foi atendido pelo Sexto Oficial Paul Moody onde Fleet gritou "Iceberg bem em frente". O Primeiro Oficial
William Murdoch deu ao timoneiro Robert Hitchens a ordem de "tudo a bombordo" (esquerda), e ajustou as máquinas para ré ou para parar, o testemunho dos sobreviventes é conflituoso.
[24][25] A proa do navio começou a deslocar-se do obstáculo e, 47 segundos após o avistamento do iceberg, houve o choque. O iceberg "arranhou" o lado estibordo (direito) do navio, deformando e cortando o casco, e soltando os rebites abaixo da linha d'água por uma extensão de 90 m. Enquanto a água entrava nos compartimentos dianteiros, Murdoch acionou o fechamento das portas à prova d'água. O navio conseguiria ficar flutuando com quatro compartimentos inundados, mas os cinco primeiros compartimentos foram rasgados e estavam fazendo água. Os compartimentos inundados faziam a proa do navio ficar mais pesada, causando a entrada de mais água. Vinte minutos após a colisão, a proa já começava a inclinar. Além disso, por volta de 130 minutos após a colisão, a água começou a passar do sexto para o sétimo compartimento sobre a antepara que as dividia. O Capitão Smith, alertado pelo solavanco do impacto, chegou à ponte e ordenou parada total. Pouco depois da meia-noite de 15 de abril, após uma inspeção feita por oficiais do navio e por
Thomas Andrews, foi ordenado que os botes fossem preparados para lançamento e que sinais de socorro começassem a ser enviados.
Fotografia de um iceberg na vizinhança do local do naufrágio do
Titanic, tirada em 15 de abril de 1912 pelo camareiro chefe do
Prinz Adalbert que disse que o iceberg possuia tinta vermelha igual àquela encontrada no casco do
Titanic.
Os operadores de rádio Harold Bride e Jack Phillips estavam ocupados enviando sinais de socorro CQD, e mais tarde
SOS. Vários navios responderam ao chamado, incluindo o navio irmão do
Titanic, o
Olympic, porém nenhum estava perto o bastante para chegar a tempo. O navio mais perto a responder o chamado foi o
Carpathia, a 93 km de distância, que poderia chegar em quatro horas — tarde demais para resgatar todos os passageiros do
Titanic. O único local em terra que recebeu o pedido de socorro do
Titanic foi a estação de
Cabo Race, em
Terra Nova.
Da ponte, as luzes de um outro navio podiam ser vistas no lado bombordo. A identidade desse navio permanece um mistério até hoje, porém há teorias sugerindo que o navio em questão era o SS Californian.Já que o navio não estava respondendo aos chamados do rádio, o Quarto Oficial Joseph Boxhall e o Contramestre Rowe tentaram sinalizar com um lâmpada Morse e mais tarde com fogos de artifício, porém o navio nunca respondeu. OCalifornian, que estava por perto e havia parado pela noite por causa do gelo, também viu luzes à distância. O rádio do Californian havia sido desligado e o operador havia ido dormir. Pouco antes de ir dormir às 23:00, o operador do rádio do Californian tentou avisar o Titanic de que havia gelo à frente, porém ele foi interrompido por um exausto Phillips, que respondeu dizendo: "Cale a boca, cale a boca, estou ocupado; estou trabalhando Cabo Race", referindo-se a estação de rádio na Terra Nova. Quando os oficiais do Californian avistaram o navio, eles tentaram sinalizar com uma lâmpada Morse, porém pareceu que não foram respondidos. Mais tarde, eles notaram os sinais de socorro do Titanic sobre as luzes e informaram o Capitão Stanley Lord. Apesar de ter havido muita discussão sobre o navio misterioso, que para os oficiais em serviço parecia estar se movendo para longe, ninguém do Californian acordou o operador de rádio até de manhã.
Às
0h05, o Comandante Smith reuniu os oficiais e informou-os do ocorrido. Solicitou que os passageiros fossem acordados e que se dirigissem ao convés onde se encontravam os botes salva-vidas para serem evacuados. Sabiam que o número de botes era suficiente para apenas pouco mais da metade das pessoas a bordo e por isso pediu para não haver pânico. Os empregados começaram a passar de cabine em cabine na primeira e segunda classes, acordando os passageiros, solicitando para colocarem os coletes salva-vidas e se dirigissem ao convés dos botes imediatamente. Enquanto isso, os passageiros da terceira classe permaneciam reunidos e trancados no grande salão da terceira classe junto à
popa (parte de trás do navio). Muitos passageiros revoltaram-se, e alguns aventuraram-se pelos labirintos de corredores no interior do navio para tentar encontrar outra saída. Alguns conseguiram escapar com vida, mas muitos deles acabaram sepultados dentro do
Titanic. A evacuação havia sido feita de acordo com as classes sociais a que os passageiros pertenciam, valor até então aceitável.
Às 0h31, os botes começam a ser preenchidos com "mulheres e crianças primeiro". Os primeiros botes foram lançados sem alcançar a lotação máxima. Lightoller segue com rigor as ordens de embarcar somente mulheres e crianças. Entretanto, a estibordo do navio o Primeiro Oficial Murdock permitia a entrada de homens solteiros e casais nos botes, após a entrada de mulheres e crianças, e fazia os botes descer completamente cheios, mesmo com homens, e, por isso, muitos homens que se salvaram devem a sua vida a esse oficial. Alguns sobreviventes relataram que a sensação ao caminhar no convés de botes era como a de estar descendo um monte.
Como o navio mais próximo não respondia nem aos sinais do telégrafo nem aos sinais da lanterna, às 0h45 o Capitão Smith manda disparar os foguetes de sinalização. É arriado o primeiro bote salva-vidas nº 7, com apenas 27 pessoas. A fim de evitar o pânico, o capitão solicitou que a orquestra de bordo viesse tocar junto ao convés dos botes para acalmar os passageiros. A tradição diz que a banda foi para o fundo a tocar "Nearer My God to Thee". Segundo o testemunho do segundo operador de rádio, estava a tocar "Autumn", um hino episcopal.
Minutos finais
Às 2h05, é arriado o último bote salva-vidas, o desmontável "D", com 44 pessoas. Às 2h10, é enviado o último sinal pelos telegrafistas. O Capitão Smith ordena "cada um por si" e não é mais visto por ninguém. Já com a proa mergulhada no mar e a água a atingir o convés de botes, o pânico é geral. Heroicamente, os operários da sala de eletricidade resistem até ao final para manter as luzes enquanto podem. Às 2h18, as luzes do navio piscam uma vez e depois apagam-se para sempre.
Na primeira chaminé, os cabos de sustentação, não aguentando mais a pressão sobre eles, rebentam, e a chaminé tomba na água, esmagando dezenas de pessoas nos convés e na água, inclusive, John Jacob Astor IV, homem mais rico no navio. O mesmo acontece com a segunda chaminé. A inclinação do navio chega aos 19° e a água gélida avança rapidamente, arrasando tudo o que há pela frente. Muitos são sugados pelas janelas para dentro do navio pela força das águas. A popa do Titanic sobe, mostrando suas imponentes hélices de bronze. Quando a inclinação chega ao 29°, maior fica a pressão exercida no centro do navio, que não suportando a pressão, sofre ruptura do casco junto à terceira chaminé, dividindo o barco em dois. A popa, pesando vinte mil toneladas, desaba por cima de dezenas de passageiros, esmagando-os. Quando a proa submerge, arrasta a popa, deixando-a na vertical; segundos depois, a proa desprende-se da popa e mergulha para as profundezas. A popa então sobe alguns metros e fica parada. Muitos passageiros se seguram como podem, enquanto alguns, não aguentando, caem violentamente entre as ferragens da popa em vertical. Depois de dois minutos emersa, a popa começa a descer, levando consigo dezenas de passageiros. Às 2h20 o navio mergulha a pique pelas profundezas do oceano.