sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Evolução Dos Navios Episódio 5 -Olympic Titanic e Britannic


Olympic
No início do século XX a imigração para o então novo mundo, como era denominada a América, era intensa. Muitos procuravam uma nova oportunidade de vida e deixavam para trás a miséria e a fome do antigo mundo. A única forma de travessia era através de navios. E as companhias marítimas não demoraram muito para ver o mercado que estava diante delas. A luta foi intensa entre as companhias marítimas até o surgimento da aviação comercial no fim da década de 1940. No começo de 1900 duas grandes companhias inglesas disputavam palmo a palmo a supremacia no Atlântico Norte no transporte de passageiros, a Cunard Line e a White Star Line. A White Star viu a sua rival transpor o Atlântico com imensos colossos até 1909, quando teve início nos estaleiros da Harland & Wolff, em Belfast, a construção de um trio de gigantes. Os denominados Olympic, Titanic e Gigantic seriam os maiores objetos móveis já construídos pelo homem. Os dois primeiros foram construídos em paralelo e o Olympic foi o primeiro a ficar pronto (1911), seguido pelo Titanic(1912), e pelo Gigantic, batizado como Britannic (1915).
O navio RMS Olympic foi construído entre setembro de 1907 e maio de 1910, foi o primeiro de três grandes navios, a "Olympic Class" (os maiores naquele período), da White Star Line que fizeram parte da sua frota por volta da mesma época. Eram em muito semelhantes entre si, principalmente no tamanho.
Em 14 de Junho de 1911 o RMS Olympic fez a sua viagem inaugural. Com 1313 passageiros a bordo a viagem transatlântica foi um sucesso. As próximas viagens foram de igual modo sem falhas. Mas o desastre aconteceu no início da sua quinta viagem. Pouco passsava do meio-dia quando o navio saiu de Southampton a caminho de Cherbourg na França para levar mais passageiros. Inesperadamente o HMS Hawke da Marinha Britânica foi visto no meio do nevoeiro. O navio de guerra foi sugado pelas grandes pás das hélices do Olympic e o choque foi inevitável. O HMS Hawke bateu no lado estibordo do Olympic e deixou-lhe com um buraco. Apesar do forte embate os dois barcos conseguiram chegar ao porto mais próximo sem vítimas.
O RMS Olympic voltou para Belfast para ser extensivamente reparado. Este desastre, apesar de fazer questionar se navios maiores tornavam a navegação menos segura, também ajudou a criar o mito de que eram navios inafundáveis, pois nada de muito grave lhe aconteceu.
Este mito foi derrubado em 15 de Abril de 1912 quando o Titanic sofreu um embate com um iceberg e afundou-se, resultando na morte de mais de 1500 pessoas.
Assim que o RMS Olympic chegou a Inglaterra foram-lhe imediatamente adicionados 24 botes aos 20 que já tinha. Mesmo assim passageiros e tripulação achavam que a segurança ainda não estava boa e a White Star teve que retirar o Olympic durante seis meses para reparações mais profundas. Em 1913 o RMS Olympic tinha 68 botes salva-vidas e estava pronto para enfrentar as linhas transatlânticas rivais.
Mesmo com o começo da Primeira Guerra Mundial o navio ainda continuou em serviço até que foi finalmente chamado para atracar indefinidamente em Belfast. O grande navio esteve 10 meses parado e foi então requisitado pelo governo britânico. Ele foi pintado com cores muito claras, e com formas geométricas para confundir os submarinos inimigos e seu nome foi mudado para H.M.T. (His Majesty's Transport) Olympic.
O então HMT Olympic juntou-se ao seu irmão mais novo, o Britannic, que servia como barco hospital, no Mediterrâneo para transporte de tropas e sobreviventes. Depois começou transportar tropas canadenses e no final de 1916 já tinha completado 10 viagens entre o Canadá e a Europa. Mais tarde faria o trajeto Estados Unidos - Europa com a mesma finalidade.
Em novembro de 1918 a guerra terminou. Durante a Primeira Guerra Mundial, o HMT Olympic transportou 41.000 passageiros civis, 66.000 soldados das tropas e 12.000 membros do batalhão trabalhador chinês. Ele percorreu 184.000 milhas e consumiu 347.000 toneladas de carvão. Por estes recordes de guerra, o navio ganhou a alcunha de "Old Reliable", que traduzido para o Português seria: "velho confiável".
O navio foi, então, devolvido para a White Star Line, sendo renomeado como R.M.S. Olympic para, uma vez mais, fazer rotas transatlânticas. Nessa altura o Olympic ainda era um dos mais maravilhosos e luxuosos navios a circular e por isso várias personalidades fizeram travessias nele, como é caso de Charlie Chaplin e de Eduardo, Príncipe de Gales.
Com o passar dos anos e, sobretudo, devido à Grande Depressão, a falta de melhorias e investimentos no Olympic deixou transparecer sua idade, tornando-o obsoleto.
Em Março de 1935 o RMS Olympic fez a sua última viagem para Nova York onde foi vendido e completamente desmontado. O Olympic foi um dos maiores navios que já cruzou os mares e um dos mais maravilhosos.

  Britannic
O HMHS Britannic foi um transatlântico inglês que serviu como navio-hospital durante a Primeira Guerra Mundial. Navegando ao largo da Grécia em 1916, colidiu com uma mina marítima, naufragando em cinqüenta e cinco minutos.
O navio tinha as dimensões de 269 metros de comprimento, 28 metros de largura e 56 metros de altura. Tinha capacidade para 790 pessoas em primeira classe; 836 em segunda classe; 953 em terceira classe; e 950 pessoas de tripulação. Na sua capacidade total conseguia acomodar 3.529 pessoas. A sua velocidade máxima era de cerca de 22nós. Pesava cerca de 50mil toneladas. Pertencia à mesma classe do RMS Titanic e RMS Olympic.
O Gigantic (nome inicial do navio) começou a ser construído em 30 de Novembro de 1911, na mesma plataforma que o Olympic foi feito.
A quilha do Britannic foi construída antes da viagem inaugural do Titanic, mas a construção foi paralisada depois que o Titanic afundou. Antes da retomada da construção, vários mudanças foram feitas ao Britannic, inclusive um casco duplo e anteparas aprova d'água que alcançavam até o deck "B". Ele seria chamado de RMS Gigantic, mas foi mudado para RMS Britannic logo após a catástrofe do RMS Titanic. Quando o trabalho foi reiniciado muitas mudanças estavam incorporadas nos planos finais. Estas incluíam:
Casco duplo, o que aumentou a largura do navio em dois pés (60 cm); Fundo duplo, o fundo tinha normalmente cinco pés (1,5m) mas foi aumentado a seis pés (1,80 m); O espaço entre o fundo interno e externo foi separado em compartimentos através de seis enormes vigas de aço longitudinais a fim de minimizar a ruptura do navio em caso de inundação. Essa medida prova que a hipótese de que o Titanic tenha se rompido enquanto afundava era real, não que ele afundou inteiro como os inquéritos americano e inglês apuraram; As anteparas a prova d'água foram estendidas do fundo até o deck "E" na parte dianteira do navio e até o deck "D" na parte de trás. Cinco dessas anteparas estenderam-se até o deck "B" e outras onze até o deck "E". Já não parecia mais importar para a companhia se as anteparas e as pesadas portas a prova d'água se infiltrassem nos compartimentos da primeira classe; Quatro filas de rebites, foram postas nas chapas, onde tensão seria maior; Turcos de tamanho gigantes para os barcos salva-vidas;
Estas modificações fizeram do Britannic a maior tonelagem bruta dos três navios, cerca de 48.158 toneladas. Como um navio hospital ele era aproximadamente 5% maior e provavelmente teria alcançado as 50.000 toneladas (aproximadamente 10% maior) quando convertido a um transatlântico comercial. A White Star Line ficou obcecada com a segurança de seus navios depois do desastre do RMS Titanic.
O Britannic foi lançado em 26 de Fevereiro de 1914 e estava previsto começar a sua rota regular entre Nova York e Southampton na primavera de 1915. Entretanto, com o início da Primeira Guerra Mundial, em 13 de novembro de 1915 ele foi requisitado pelo almirantado e oficialmente equipado para ser um navio hospital. Atracou em Liverpool no dia 12 de dezembro de 1915 debaixo de uma pesada escolta armada. Foi equipado para a função de navio hospital com 2.034 cabines e 1.035 camas para vítimas. Um pessoal médico de 52 oficiais, 101 enfermeiras, 336 soldados, e uma tripulação de 675 homens e mulheres. O navio estava sob o comando do Capitão Charles A. Bartlettt. Bartlett iniciou sua carreira na White Star em 1874 ocupando várias posições em navios de transporte como o Celtic, Teutonic, Oceanic e Georgic. Em 1903 ganhou o certificado de Mestres e com isso comandou transportes como o Germanic, Cedric, e o Republic. Era muito querido pelos seus passageiros, mas não pela diretoria da White Star Line, devido a sua excessiva preocupação com a segurança e não com a velocidade.
O Britannic foi comissionado como HMHS "His Majesty's Hospital Ship" (Navio Hospital da Vossa Majestade), em 12 de dezembro de 1915 em Liverpool passando em seguida para a sua primeira viagem em 23 de dezembro de 1915, com destino a Moudros. Ele foi juntar-se ao RMS Mauretania, RMS Aquitania, e seu irmão, o RMS Olympic. Juntos os cinco navios eram capazes de levar 17.000 doentes e feridos ou 33.000 soldados.
A quinta viagem teve novamente a escala Southampton, Nápoles e Mudros. No último dia dessa viagem o Britannic enfrentou mares revoltosos e tempestades. Após enfrentar as tormentas, retornou finalmente a Southampton com mais de 3.000 feridos. Após três viagens transportando feridos, o Britannic voltou a Belfast em junho de 1916 e foi devolvido a White Star Line.
O Aquitania sofreu sérios danos durante a tempestade e teve que atracar para reparos. Por causa disso, quando estava sendo feitas as modificações do Britannic para interagir como navio de turismo, ele foi novamente solicitado pelo Almirantado Britânico e foi convocado para sua sexta viagem depois de quatro dias.
O Britannic partiu de Southampton no dia 12 de novembro de 1916, para a sua sexta viagem. O tempo estava tranqüilo e não levava nenhum "passageiro".
Em 21 de Novembro de 1916, o Britannic saiu do porto de Nápoles em direção a Moudros. Perto das 8 da manhã quando passava pelo Canal de Kea no mar Egeu, houve uma enorme explosão na parte inferior do navio causada por uma mina posta lá duas semanas antes por um submarino alemão (U73). Este navio, sendo em tudo melhorado em relação ao Titanic, tinha estruturas mais fortes e eficientes que suportavam ter 6 de quaisquer porões inundados. Pensa-se que a mina tenha feito estragos em apenas dois porões mas, por mau funcionamento das portas dos porões e por erros humanos como deixar as janelas inferiores abertas pelo calor (situação explicitamente proibida), o imenso navio afundou-se em cerca de 55 minutos (O Titanic levou 2 horas e meia). O Capitão experimentou encalhar o Britannic na Ilha de Kea, mas não teve sucesso. O maior transatlântico da Inglaterra, com apenas 351 dias de vida, foi á pique.
Com botes salva-vidas suficientes para cerca de 3000 passageiros, os 1066 presentes fizeram uma evacuação rápida. Houve apenas dois incidentes de lançamento dos botes: Dois botes que foram lançados com os motores do navio ainda em funcionamento, foram sugados pelas hélices do navio, o que resultou em sua destruição e na morte das pessoas que estavam a bordo deles.
A útlima pessoa a sair do navio foi o Capitão Bartlett que no último momento nadou até alcançar um bote onde pôde ver o resto do seu amado navio a afundar-se.
Ao todo 1036 pessoas foram salvas e 30 perderam a vida.
Os destroços do grande navio descansam agora a 107 metros de profundidade ao largo da costa da Gréciaencostado totalmente sobre o seu lado estibordo. Tão raso que a proa bateu no fundo antes dele afundar totalmente. Este foi descoberto e inicialmente explorado por Jacques Cousteau nos anos setenta. É considerado um cemitério de guerra e, portanto a sua exploração é limitada embora acessível por mergulhadores. O interior encontra-se bem conservado.
O Britannic é hoje um dos maiores trânsatlanticos afundados. É fácil distinguir o Britannic de seus irmãos, devido aos gigantescos barcos salva-vidas, e também porque a maioria das fotografias suas mostram ele todo pintado de branco com uma faixa verde pintada no casco de proa à popa, separada apenas por três grandes cruzes vermelhas de cada lado, designando-o como um navio hospital. O HMHS Britannic nunca chegou a receber um centavo para transportar um passageiro. Em 1998 uma expedição fotografou e filmou os destroços do Britannic.

Titanic
O RMS Titanic foi um navio transatlântico da Classe Olympic operado pela White Star Line e construído nos estaleiros da Harland and Wolff em Belfast, na Irlanda do Norte. Na noite de 15 de abril de 1912, durante sua viagem inaugural em Southampton, na Inglaterra, com destino a Nova York, nos Estados Unidos, chocou-se com um iceberg no Oceano Atlântico e afundou duas horas e quarenta minutos depois, na madrugada do dia 15 de abril de 1912. Até o seu lançamento em 1912, ele foi o maior navio de passageiros do mundo.
Com 3.547 pessoas a bordo, o naufrágio resultou na morte de 1.523 pessoas, hierarquizando-a como uma das piores catástrofes marítimas de todos os tempos. O Titanic provinha de algumas das mais avançadas tecnologias disponíveis da época e foi popularmente referenciado como "inafundável" - na verdade, um folheto publicitário de 1910, da White Star Line, sobre o Titanic, alegava que ele fora "concebido para ser inafundável". Foi um grande choque para muitos que, apesar da tecnologia avançada e experiente tripulação, o Titanic ainda afundou com uma grande perda de vidas humanas. Os meios de comunicação social sobre o frenesi de vítimas famosas do Titanic, as lendas sobre o que aconteceu a bordo do navio, as mudanças resultantes do direito marítimo, bem como a descoberta do local do naufrágio em 1985 por uma equipe liderada pelo Dr. Robert Ballardfizeram a história do Titanic persistir famosa desde então.

Para sua viagem inaugural, o Titanic carregava um total de 20 botes salva-vidas de três tipos diferentes:
§  Botes 1 e 2: cúteres de madeira de emergência: capacidade para 40 pessoas.
§  Botes 3 a 16: botes de madeira: capacidade para 65 pessoas
§  Botes A, B, C e D: botes "desmontáveis" Englehardt: capacidade para 47 pessoas.
Os botes salva-vidas eram predominantemente guardados em calços no convés dos botes, conectados aos turcos. Todos os botes, incluindo os desmontáveis, foram colocados no navio por um enorme guindaste em Belfast. Aqueles no lado estibordo tinham os números ímpares, 1–15, da proa a popa, enquanto aqueles do lado bombordo tinham os números pares, 2–16, da proa a popa. Os cúteres de emergência (botes 1 e 2) ficavam balançando do lado de fora do navio, prontos para uso imediato, enquanto os botes desmontáveis C e D ficavam no convés dos botes, ao lado dos botes 1 e 2, respectivamente. Os botes desmontáveis A e B ficavam guardados no telhado dos alojamentos dos oficiais, em ambos os lados da chaminé 1. Entretanto, não havia turcos montados nos alojamentos dos oficiais para abaixar os botes, e eles eram pesados mesmo vazios. Durante o naufrágio, abaixar os desmontáveis A e B foi difícil já que primeiro era necessário deslizá-los por vigas e/ou remos até o convés dos botes. Durante esse procedimento, o desmontável B emborcou e subsequentemente ficou flutuando de cabeça para baixo.
Na fase de projeto, Carlisle suregiu que o Titanic usasse um novo, e maior, tipo de turco, fabricados pela Welin Davit & Engineering Co Ltd, com cada um podendo segurar quatro botes. 16 conjuntos desses turcos foram instalados, dando ao Titanic a capacidade de carregar 64 botes de madeira, uma capacidade total de mais de 4.000 pessoas, comparada a capacidade total do Titanic de por volta de 3.600 pasageiros e tripulação. Entretanto, a White Star Line decidiu que apenas 16 botes salva-vidas (16 sendo o mínimo requerido pela Board of Trade, baseado na tonelagem do Titanic) seriam carregados (também havia quatro botes dobráveis, chamados de desmontáveis), que poderiam acomodar apenas 1.178 pessoas (33% de capacidade total do Titanic). Na época, as regulações da Board of Trade diziam que os navios britânicos com mais de 10 000 toneladas deveriam carregar 16 botes com uma capacidade de 160 metros cúbicos, mais uma capacidade para 75% daquelas dos botes em jangadas e flutuadores (ou 50% caso o navio possuísse anteparas estanques). Dessa forma, a White Star Line providenciou mais acomodações em botes do que era legalmente necessário.
Os regulamentos não haviam sido alterados para navios maiores desde 1894, quando o maior navio de passageiros sob consideração era o Lucania, da Cunard, com 13.000 T. Sir Alfred Chalmers, conselheiro náutico da Board of Trade de 1896 até 1911, tinha considerado o assunto "de tempos em tempos", porém, por ele achar que marinheiros experientes teriam de ser levados "desnecessariamente" a bordo dos navios por nenhum outro motivo além de manejar e abaixar os botes, ele não considerou necessário aumentar a escala.
Carlisle disse ao inquérito oficial que ele havia discutido o assunto com J. Bruce Ismay, o diretor da White Star, porém Ismay disse que ele nunca ouviu nada do tipo, nem de notar de tal disposição nas plantas que ele havia inspecionado. Dez dias antes da viagem inaugural, Axel Welin, fabricante dos turcos do Titanic, anunciou que seus equipamentos haviam sido instalados porque os donos do navio sabiam das futuras mudanças nos regulamentos, porém Harold Sanderson, vice-presidente da Marinha Mercante Internacional e antigo gerente geral da White Star Line, negou que essa havia sido a intenção.
 Naufrágio
Ao anoitecer de domingo, 14 de Abril, a temperatura tinha caído para quase congelamento e o oceano estava calmo. A Lua não era visível (estando dois dias antes da Lua Nova), e o céu estava limpo. O Capitão Smith, em resposta aos avisos de icebergs recebidos pelo rádio nos dias anteriores, traçou um novo curso que levava o navio um pouco mais o sul. Às 13:45 daquele dia, uma mensagem do Amerika avisou que grandes icebergs estavam no caminho do Titanic, porém, já que Jack Phillips e Harold Bride, os operadores do dispositivo Marconi de rádio, eram empregados da Marconi e pagos para retransmitir mensagens de e para os passageiros, eles não estavam focados em retransmitir mensagens "não essenciais" de gelo para a ponte. Mais tarde naquela noite, outro aviso de um grande número de icebergs, desta vez do Mesaba, não chegou à ponte.
Às 23h40, enquanto navegavam a 640 km dos Grandes Bancos da Terra Nova, os vigias do mastro, Frederick Fleet e Reginald Lee, avistaram um iceberg bem em frente do navio. Fleet imediatamente tocou o sino de alerta do mastro três vezes e ergueu o comunicador para falar com a Ponte. Preciosos segundos se perderam até que o comunicador foi atendido pelo Sexto Oficial Paul Moody onde Fleet gritou "Iceberg bem em frente". O Primeiro Oficial William Murdoch deu ao timoneiro Robert Hitchens a ordem de "tudo a estibordo", e ajustou ás máquinas para ré ou para parar.
A proa do navio começou a deslocar-se do obstáculo e 47 segundos após o avistamento do iceberg, não conseguindo evitar a colisão. O iceberg arranhou o lado estibordo (direito) do navio, deformando o casco e soltando vários rebites debaixo d'água por uma distância de 90 m. Enquanto a água entrava nos compartimentos dianteiros, Murdoch acionou o fechamento das portas a prova d'água. Apesar do navio conseguir ficar flutuando com quatro compartimentos inundados, os cinco primeiros compartimentos foram abertos e estavam fazendo água. Os compartimentos inundados faziam a proa do navio ficar mais pesada, permitindo que mais água inundasse o navio. 20 minutos após a colisão, a proa já começava a inclinar. Além disso, por volta de 130 minutos após a colisão, a água começou a sair do sexto para o sétimo compartimento sobre a antepara que as dividia. O Capitão Smith, alertado pelo solavanco do impacto, chegou na ponte e ordenou parada total. Pouco depois da meia noite de 15 de abril, após um inspeção feita por oficiais do navio e por Thomas Andrews, foi ordenado que os botes fossem preparados para lançamento e que sinais de socorro começassem a ser enviados.
Os operadores de rádio, Harold Bride e Jack Phillips, estavam ocupados enviando sinais de socorro CQD, e mais tarde SOS. Vários navios responderam ao chamado, incluindo o navio irmão do Titanic, o Olympic, porém nenhum estava perto o bastante para chegar a tempo.  O navio mais perto a responder o chamado foi o Carpathia, a 93 km de distância, que poderia chegar em quatro horas, tarde demais para resgatar os passageiros do Titanic. O único local em terra que recebeu o pedido de socorro do Titanic foi a estação de Cabo Race.
Da ponte, as luzes de um outro navio podiam ser vistas no lado bombordo. A identidade desse navio permanece um mistério até hoje, porém a teorias sugerindo que o navio em questão era o SS Californian. Já que o navio não estava respondendo as chamados do rádio, o Quarto Oficial Joseph Boxhall e o Contramestre Rowe tentaram sinalizar o navio com um lâmpada Morse e mais tarde com fogos de artifício, porém o navio nunca respondeu. O Californian, que estava por perto e havia parado pela noite por causa do gelo, também viu luzes a distância. O rádio do Californian havia sido desligado e o operador havia ido dormir. Pouco antes de ir dormir às 23:00, o operador do rádio do Californian tentou avisar o Titanic que havia gelo a frente, porém ele foi interrompido por um exausto Phillips, que respondeu dizendo, "Cale a boca, cale a boca, estou ocupado; estou trabalhando Cabo Race", referindo-se a estação de rádio na Terra Nova.  Quando os oficiais do Californian avistaram o navio, eles tentaram sinalizar com uma lâmpada Morse, porém pareceu que não foram respondidos. Mais tarde, eles notaram os sinais de socorro do Titanic sobre as luzes e informaram o Capitão Stanley Lord. Apesar de ter havido muita discução sobre o navio misterioso, que para os oficiais em serviço parecia estar se movendo para longe, ninguém do Californian acordou o operador de rádio até de manhã.
Às 2h05, é arriado o último bote salva-vidas, o desmontável "D", com 44 pessoas. Às 2h10, é enviado o último sinal pelos telegrafistas. O Capitão Smith ordena "cada um por si" e não é mais visto por ninguém. Já com a proa mergulhada no mar e a água a atingir o convés de botes, o pânico é geral. Heroicamente, os operários da sala de eletricidade resistem até ao final para manter as luzes enquanto podem. Às 2h18, as luzes do navio piscam uma vez depois apagam-se para sempre.
Na primeira chaminé, os seus cabos de sutentação, não aguentando mais a pressão exercida sobre eles, rebentam, e a chaminé tomba na água, esmagando dezenas de pessoas nos convés e na água, inclusive, John Jacob Astor IV, homem mais rico do navio. O mesmo acontece com a segunda chaminé. A inclinação do navio chega aos 35° e a água gélida avança rapidamente, arrasando tudo o que há pela frente. Muitos são sugados pelas janelas para dentro do navio pela força das águas. A popa do Titanic sobe, mostrando suas imponentes hélices de bronze. Quando a inclinação do navio chega ao 43°, maior fica a pressão exercida no centro do navio, e o casco do navio não suportando a pressão provoca a ruptura do casco do Titanic, junto à terceira chaminé, dividindo o navio em dois. A popa pesando vinte mil toneladas desaba por cima de centenas de passageiros esmagando-os. Enquanto a proa submerge, a mesma arrasta a popa, deixando-a na vertical e segundos depois desprende-se da popa e mergulha para as profundezas. A popa então sobe alguns metros e fica parada. Muitos passageiros se seguram como podem enquanto alguns não aguentando, caem violentamente entre as ferragens da popa em vertical e depois de dois minutos emersa a popa começa a descer levando consigo centenas de passageiros. Às 2h20 o navio mergulha a pique pelas profundezas do oceano.
 Após o naufrágio
Monumento em homenagem ás vitimas do naufrágio do Titanic, monumento  localizado  em Washington DC
Dos botes, os passageiros assistem às sombras do navio afundado para sempre no meio de milhares de gritos de pavor e pânico. Mais de 1.500 pessoas estavam agora lançadas à água congelante. Após a popa desaparecer, alguns segundos de silêncio são seguidos por uma fina névoa branca acinzentada sobre o local do naufrágio. Esta névoa foi provocada pela fuligem do carvão e pelo vapor que ainda havia no interior do navio. O silêncio que parecia imenso deu lugar a uma infinita gritaria por pedidos de socorro. Os que não morreram durante o naufrágio agora lutavam para se manter vivos nas águas, tentando agarrar qualquer coisa que boiasse. Aos passageiros dos botes não restava nada a fazer a não ser esperar passivamente por socorro. Mas um bote não se limitou esperar. O bote número 14 comandado pelo Quinto Oficial Harold Lowe aproximou-se de outro, transferiu os seus passageiros e retornou ao local do naufrágio para recolher alguns possíveis sobreviventes. Praticamente todos já haviam morrido de hipotermia. Apenas 6 pessoas foram resgatadas ainda com vida.
Às 4h10, de 15 de Abril de 1912, o navio Carpathia resgata o primeiro bote salva-vidas. No local, apenas duas dezenas de botes flutuando dispersos entre os destroços. Assim que os primeiros raios de Sol surgiram no horizonte, outros navios começaram a chegar na área do naufrágio. Entre eles, oCalifornian. Mas nada mais havia a fazer a não ser resgatar os corpos que boiavam. A recolha do último salva-vidas, o desmontável B, que estava virado de cabeça para baixo, aconteceu às 8h30. O Carpathia rumo a Nova York com os sobreviventes pelas 8h50. Das 2.223 pessoas a bordo, apenas 706 foram resgatadas. Mais de 1.500 morreram. Os tripulantes sobreviventes receberam cuidados no American Seamen's Friend Society Sailors' Home and Institute (Lar e Instituto da Sociedade Americana dos Amigos dos Marinheiros), sede da Sociedade Americana dos Amigos dos Marinheiros.
Depois disso, o nome Titanic, ficou como símbolo de uma das maiores tragédias marítimas da História. O Capitão Smith e o engenheiro-chefe Thomas Andrews permaneceram no navio. No entanto, Bruce Ismay, Presidente da White Star Line, embarcou num dos últimos botes que deixou o navio. A sociedade da época nunca o perdoaria por esse feito. 

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